25 março, 2007

MERGULHO

Sim, pelo olhar me prendo,
Mergulho no interior do teu ser.
Navego por teu corpo.
Encontro tua alma.
Vejo-me dentro de ti.
Procuro, vasculho teus sentimentos
Querendo saber se estou
em teus pensamentos,
se faço parte de ti.


  • Aparecida - l997.









.

versos

Sinto com minh`alma
Faço versos com ela
Embora essa dor
não seja dela
  • Aparecida-julho-95

16 março, 2007

TUAS MÃOS

Ah! As tuas mãos...
Eu as queria para mim,
Tocando em mim,
Conhecendo tudo de mim,
Estimulando os meus sentidos,
Acendendo meus desejos.
Sabendo de mim
e comigo ficando,
Me afagando, me envolvendo.
Acariciando-me,
Sendo minhas.
Saciando, em mim os desejos
contidos de afagá-las,
de tê-las entre as minhas mãos.
Desejos ardentes controlados,
reprimidos, sufocados.
Dor... Muita dor !
Superação!
Falar hoje desta emoção sem ter
conhecido como deveria
as tuas mãos.
Migalhas !
Foram migalhas o que recolhi e em vão.
Nem sei se verei novamente
as tuas mãos !

Aparecida- abril de 93



13 março, 2007

VAZIO

"... vazio ruim que não faz lugar p/ coisa alguma, vazio deserto, ermo...É este vazio, túmulo do desejo, precisa ser preenchido de qualquer forma. Pois, se não o for, alí virá morar a ansiedade."

"Ansiedade é o buraco deixado pelo desejo esquecido, o buraco de um coração que não mais
existe: grito desesperado pedindo que o desejo e o coração voltem, para que se possa de novo
gozar a beleza... Tão terrível é este vazio que vários rituais foram criados para se exorcizar os
demônios que moram nele.

Um deles é a minha agenda... Quando a ansiedade chega, basta ler as ordens que estão escritas, o buraco se enche de comandos, e se fica com a ilusão de que tudo está bem. E não é por isso que se trabalha tanto..... da vassoura das donas de casa à bolsa de valores dos empresários ? São todos iguais; lutam contra o mesmo medo do vazio."

Rubem Alves

verdade

" Não é porque
uma coisa é boa
que a desejamos,
é porque a desejamos
que a julgamos boa "
-c-c-c-c-c-c-c-c-

12 março, 2007

INVASÃO

Tu chegaste de mansinho.
Infiltraste em minha vida,
muito antes que eu pudesse perceber.
Se instalou,
me roubou a paz.
Em ardente confusão
com o meu olhar, tentava de reter.
Reter o tempo de te ter.
Enquanto fitava,
a alma chorava.
Tudo velado, nada podia te dizer.
A vida era nossa, nossa vontade.
Não!
O tempo passou. Tudo acabou.
Nem a saudade ficou!

Aparecida - janeiro-96

10 março, 2007

Foi o Olhar

Foi o olhar, o jeito das mãos
Que revirou tudo por dentro
Encantou, despertou a paixão
Com pressa e agitação.
Sabia que tudo seria ligeiro.
Sem tempo,
Sem ocasião.
Tudo já tinha outra direção,
pois que já era de outra o seu
coração.
Palpitação!
Viver a vida....
Acompanhar seu rítmo.
Tudo é e soa bonito.
Mas não se vê bonito
Sem paixão.
A luz se apaga.
Fica-se na escuridão.

Aparecida- julho-95

09 março, 2007

Aniversário de casamento

Trinta e nove anos !

Caminhos percorridos.
Encontros... Sonhos... Amor... Desejos...
Juntos caminhamos estrada afora procurando,
desviando, somando, multiplicando!
Rindo... Chorando...
Filhos, netas, noras, ganhamos..
Envelhecemos, e ainda juntos estamos.
Prontos para esta jornada terminar,
às vezes nos esquecendo que o
amor é a nossa chave desse estar, desse ficar
porque nos queremos mais do que
ousamos imaginar.

Aparecida - o1 de setembro - 95.




08 março, 2007

PAIXÃO

Quando a paixão pela vida nos abandona, é como morte
visitando nossa alma.
É como dia escuro de tormenta,
chuva ventosa que faz os galhos
das árvores se curvarem.
Tempestade! Estou sentindo tempestade
dentro de mim e não creio
que o sol voltará a aquecer de novo
a minh'alma
Tristeza! Muita tristeza!
Por que, Deus, sou assim tão triste,
sem desejos, sem apelos ?
O que foi que fiz comigo?
Onde e por que enterrei os meus sonhos.

Aparecida- março de 95.


REDENÇÃO !

Redenção !
Que bom. Arrependimentos sentidos.
Imagina!
Nada valeria embora o que pudesse ter
representado no momento em que viveram.
Santo Deus! Terra estranha.
Dores...Mar... Saudades...
Solidão... Aprendizado!
Janela que se abre para o entendimento.
Conseguir, ver o que acontece fora e dentro,
sem se distrair com a paisagem.
Alguém fala de pessoa especial.
Será que está certa?
A proteção foi grande, é grande!
O que entala, sufoca, pode ser aliviado
com vômitos, sem desabafos.
As necessitades desaparecem quando se
joga fora o que retido está.
Á margem, sem escolha, em qualquer lugar,
apenas esvasiar.
Redenção!

Aparecida 5/2/95.

03 março, 2007

ENTARDECER

Entardecer
Mistério...
Silêncio...
Quietude que nela leva o secreto do sem fim.
Para onde ele conduz
o dia que se foi?
A tarde se despede poeticamente
mas deixa uma tristeza no ar.
Parece cansada e ainda assim resisti,
porque sente preguiça
de se recolher e deixar espaço
para a noite acontecer.

Aparecida - 95